A AIBILI – Associação para Investigação Biomédica e Inovação em Luz e Imagem, está a desenvolver a operação ALERT, um projeto inovador cofinanciado pelo Programa COMPETE 2030, que promete transformar o acompanhamento da retinopatia diabética (RD) e a avaliação do risco de doenças cardiovasculares em pessoas com diabetes tipo 2.
A retinopatia diabética é uma complicação frequente da diabetes e uma das principais causas de cegueira em idade ativa, sendo o maior desafio identificar precocemente os doentes que podem evoluir para formas graves da doença, como a retinopatia proliferativa ou o edema macular, que podem levar à perda de visão.
Além disso, as pessoas com diabetes tipo 2 têm um risco muito superior de sofrer doenças cardiovasculares, como enfarte ou AVC.
“O projeto ALERT, centrado no estudo da retinopatia diabética através de imagens de campo amplo e desenvolvimento de modelos de IA, conta com o apoio do COMPETE 2030, programa que desempenha um papel essencial na concretização dos seus objetivos. Este apoio vai tornar possível o desenvolvimento de uma base de dados com mais de 700 doentes, construída segundo os princípios FAIR. A partir desta base de dados pretende-se criar modelos de inteligência artificial capazes de prever a progressão da retinopatia e de fatores de risco cardiovasculares, com potencial para contribuir para uma prática clínica mais personalizada e preditiva” explica Luís Mendes, responsável pela operação e Research Coordinator da AIBILI.
O ALERT aposta em técnicas avançadas de imagiologia, como as imagens ultra panorâmicas da retina, que captam até 200 graus do olho numa única imagem. Estas tecnologias permitem detetar lesões na periferia da retina que, muitas vezes, não são visíveis com os métodos convencionais e que podem indicar maior risco de progressão da doença.
Além das imagens, o projeto está a desenvolver modelos de inteligência artificial que cruzam informação oftalmológica com dados clínicos, demográficos e sistémicos para prever não só a progressão da RD mas também o risco cardiovascular.
Para suportar o desenvolvimento destes modelos de IA, será criada uma base de dados com informação de mais de 700 doentes, recolhida em diferentes momentos temporais e construída segundo os princípios FAIR (Findable, Accessible, Interoperable, Reusable). Esta base de dados integrará imagens, dados clínicos e resultados de avaliação médica, e estará disponível para futuras investigações.
Com o ALERT, a AIBILI pretende promover uma prática clínica mais personalizada e preditiva, antecipando riscos de visão e de saúde cardiovascular, e contribuindo para um acompanhamento mais eficaz dos doentes.
O projeto reforça o papel da investigação biomédica de excelência, colocando a inteligência artificial ao serviço de uma saúde mais preventiva, personalizada e eficiente, com apoio de fundos europeus.
Fonte: Compete2030